31 de jul. de 2022

Ciro em brasa num episódio fantasma




          Em seus vinte e poucos anos Ciro viveu experiências que compuseram uma bagagem profunda. Imagine que há na vida um sistema de desafios estruturado em fases, onde a medida de suas conquistas o coloca em uma escala de graduação de consciência interna, e quanto mais alcance nesses níveis conscienciais, externa-se um potencial incrível desde o reconhecimento sólido da matriz existencial, ao perfil de sujeito forte e hábil frente a realidade. Ser humano é como ser uma pedra mineral, destinada ao refino até tornar-se uma esmeralda de joalheria. Não é possível fugir disso e viver em um outro mundo de flutuação e moleza. Embora passar por fases seja difícil e nada prazeroso, Ciro Korangar conta a respeito de uma difícil fase da vida:

          - Eu vivia uma vida normal como todas as outras pessoas, o problema é que o pano de fundo da minha história não continuaria imperceptível, se expressou e precisou ser decifrado. Vou recapitular que as histórias dos livros não costumam ser contadas em perfeita linearidade, talvez não sejam notadas as steinheggers das árvores que compõe o conto, talvez se descarte, ora, por hora, a descrição a respeito da densidade dos planos dos personagens. Contar a profundidade dessa história vai exigir o embarque em um carro do tempo programado para 5 anos atrás, e fazer uma viagem para o passado:
Voltando no tempo...

          
Estou passando pelo luto da última pessoa que me restava, minha mãe lutou contra o câncer por dois anos e faleceu. Nos primeiros dias eu não conseguia falar nem ver, permaneci em estado de silêncio por semanas até que os hábitos fossem retomando-se aos poucos. O silêncio nessa casa é muito intenso, o ambiente possui um mesmo ar de concentração sem fim, e muitas vezes eu perco a noção do tempo e sobre os livros muitos dias passam. A rotina é persistente e normal, vindo de anos de leitura, passo cerca de 10h lendo e quando dão altas horas da noite, levanto da cadeira e dou uma volta. Vou às escadas de incêndio e me sento nos degraus enquanto deixo a mente flutuar e dizer tudo o que quer dizer.
          Em mais uma noite parei sentado e quieto nos degraus daquela escadaria sem nada além de uma fraca luz de emergência. Foi quando algo vindo da escuridão pronunciou palavras claras. Procurei a origem da voz e não encontrei, foquei em um canto escuro e percebi o formato de uma pessoa, embora estivesse invisível era um ser perceptível. A figura não possuía nenhuma solidez material, era de um aspecto enevoado na penumbra, uma espécie de holograma sombrio. Era possível sentir que ele estava ali, sentir o formato, sentir que emitia alguma consciência, continuava possuindo a leve densidade de um Fantasma! Falei diretamente com a sombra pra ver se respondia. Depois passei a mão pela área da entidade e a impressão foi que aquele ser já havia passado por ali, trazendo a ideia de que havia uma diferença de tempo entre nós. Então percebi que o instante em que ele falou não foi o instante que eu ouvi, o instante em que ele passou não foi o instante que eu percebi. Ele não estava sendo descoberto, a verdade era que a manifestação desse ser era intencional. Quando se pronunciava, por vezes, não parecia confiável e suas intenções davam um salto para o caráter perverso. Resolvi ignorá-lo e deixar o assunto no esquecimento, fui pra casa e liguei o televisor, sentei no sofá, assisti o jornal JG e fui dormir.

          Outro dia sigo a mesma rotina até o anoitecer. Por volta das 22:00hrs vou até as escadas, sento nos degraus e deixo ecoar as ideias que transbordam.
          - Você vai lá amanhã? - Algo vindo das sombras incontestavelmente se manifesta. Uma frase inteira e inteligente, ainda que consciente sobre afazeres pessoais. Ao canto das escadas era visível o salto de uma figura que havia passado por ali. Fiquei por ali até que então ouço um som sobre o teto - uma cadeira arrastando em uma sala. - Mas sobre o teto da escadaria de um edifício o que há são escadarias, não existe essa sala. Ué, então passei a questionar se eramos do mesmo mundo. Essa entidade estava brincando comigo? Como eu poderia saber o nível de alcance dele sendo invisível e pertencente a um tempo diferente do meu. Pressupus que as escadarias pudessem ser um local que é ponto de relação entre o meu nível material, e o desta entidade pensei que fosse um espaço espiritual.

          Indefeso naquele instante, voltei pra casa ao passo de 9 metros/s! Repensei tudo que se passou observando o passar dos minutos de um relógio. Logo recapitulei alguns fatores: você consegue se lembrar dos Ghost Busters? Existe o filme e o programa de televisão, onde os Caça Fantasmas vão até os locais mal-assombrados. Trata-se de uma profissão real e as equipes vão aos locais muito bem preparadas com equipamentos, usam medidores eletromagnéticos constatando se onde há a manifestação há oscilações elétricas sobre o espaço. Também levam amplificador de áudio onde captam o som ambiente e quando repassam aumentam o volume nos headfones, conseguindo muitas vezes captar falas que eram imperceptíveis. Usam câmeras de vídeo e máquinas fotográficas afim de registrar qualquer encontro fantasmagórico. Além de tudo as equipes possuem Walkie-Talkies, termômetros, e diversos equipamentos. O trabalho deles é localizar a entidade, compreender a razão das manifestações, e por fim conseguir fazer com que o lugar deixe de ser assombrado. Essas caçadas são reais e perduram com milhares de encontros que vão desde fantasma de animais a Orbs fantasmagóricas que passeiam conscientemente por locais mal-assombrados.
          
Um dos casos mais emblemáticos foi o da Brown Lady, que seria o espírito de Dorothy Walpole que permanecia vivendo na casa da família Raynham localizada na Inglaterra. Após o conflito de um casal do século XVIII, o marido trancou a esposa em um dos quartos de Raynham, onde ela veio a falecer de varíola. Tempos mais tarde, por volta de 1936 dois fotógrafos de revista foram a mansão preparar uma matéria imobiliária. Ao entrarem na recepção avistaram na escadaria a figura de uma mulher se materializando e descendo os degraus. Quando um deles preparou a câmera rapidamente e fez a famosa foto da Dama de Castanho:



          Joshua P. Warrer em seu livro Como Caçar Fantasmas cita a Brown Lady de Raynham entre outros casos de registros fotográficos documentados. O tema pode ser contestado e a palavra ''Fantasma'' pode ser mal compreendida. Existem outras obras que estudaram o tema, mesmo que sob os limites de seu tempo. Ligam-se obras que são respeitadas pelo início do estudo e que são desprezadas pela imaterialidade das provas científicas. Considera-se ainda que estudos iniciam-se superficialmente como foi a Química pra Lavoisier. Embora a experiência pessoal seja a prova mais intensa para alguém. Vou contar uma experiência pessoal e depois classificar apropriadamente a palavra Fantasma.
          Estava eu entre afazeres pela casa, e na cozinha planejada há uma estante de três alturas, onde no segundo andar estava um litro de Qboa, água sanitária. E quando eu entro na cozinha aquele litro de Qboa se arremessa frente ao meu peito, não como a simples queda de um objeto, mas como se alguém tivesse atirado a Qboa com a mão em um notável cinético afronto. Para a vista Pessoal, a mensagem foi muito clara naquele momento, então peguei a agenda e relatei o acontecido descrevendo-o mesmo que parecesse irreal. 

          
No livro do Joshua há uma classificação de fantasmas que evita confusões entre os relatos. Havendo portanto, Foco! Desse modo se avalia assombrações caso a caso: 

 
Impressões
          ''Entidades são normalmente algum tipo de vestígio de uma criatura viva. Mas e quando há fantasmas de objetos inanimados? Um exemplo clássico é o Holandês Voador, um agourento navio-fantasma. Por cerca de dois séculos ele tem trazido desgraça para aqueles que o veem.
          De acordo com a lenda, o cruel capitão do navio era um homem rígido e destemido. Quando ele e sua tripulação navegaram com a fantástica embarcação pelo cabo da boa esperança, abaixo do extremo meridional da África, uma tempestade escura e aterrorizante surgiu. A tripulação, assustada, implorou que o capitão navegasse para um porto seguro. Ele, totalmente bêbado, vociferava. Então gargalhou de maneira demoníaca enquanto gritava para Deus: ``Você não tem poder para afundar meu navio!`` Não é de surpreender que a embarcação tenha afundado.
          Até hoje, o Holandês Voador é visto navegando pelas águas inquietas. Conforme a tempestade se intensifica, ele emerge, como de uma névoa, e então boia pelo mar escuro uma luminescência espectral brilhando em todo o seu contorno. Depois, o navio desaparece em uma distância imprecisa. Acredita-se que alguém que observa essa visão deve aportar imediatamente.
          Esse barco é obviamente o que pode ser considerado uma coisa sem consciência. Na verdade, até onde nos diz respeito, ele nunca teve consciência ou vida para começar. Você pode ver como uma aparição dessas entra em conflito com nossas ideias sobre entidades. [b]É verdade que todos os objetos, até mesmo navios, têm um corpo de energia eletromagnética.[/b] Mas, se não estamos falando de mais nada além de um ''navio de energia'' que pode boiar por aí da mesma forma que um navio físico, por que ele flutua pra longe ou vai pra terra firme? Por que ele sempre é visto na mesma área geral sob as mesmas condições gerais, navegando da mesma maneira geral?

          Algumas vezes, fantasmas não parecem conscientes. Eles ignoram completamente os observadores, e sempre olham e agem da mesma maneira quase como uma gravação exibida de novo. Na prática, o fenômeno não é muito diferente de um curta-metragem em grande escala. Falta a eles a sensação de espontaneidade e interação encontrada em uma entidade.
          Por exemplo, se um assassinato cruel ocorre no quarto de uma casa, durante anos testemunhas podem ver o assassinato específico reencenado na cama. Cada incidente será idêntico, e o assassino e a vítima não se comportarão como se estivessem sendo observados. É como se o evento gerasse no ambiente uma impressão que fosse de alguma forma registrada.
          Estive em vários locais assombrados por espíritos de índios. Eu mesmo ouvi as batidas baixas de tambor que se deslocavam pela noite. Na verdade, minha equipe foi até mesmo capaz de gravar esse fenômeno. Por incontáveis anos, as batidas de tambor ressoavam nas colinas e vales. Ora, o ritmo espiritual delas está literalmente impresso sobre a área? Em algumas ocasiões - as ocasiões certas - ele emerge de novo?
          Quando parece que um evento significativo ou persistente foi impresso no ambiente, isso é chamado, de maneira bem apropriada, de Impressão. Já que também se referem a esse fenômeno como uma ''assombração de memória do lugar'' ou ''assombração residual do lugar''. Aliás, alguns parapsicólogos usam apenas o termo assombração ou assombrado para descrever o fenômeno. Você deve perceber que, neste livro, as palavras ''assombrado'' ou ''assombração'' são usadas no seu sentido mais geral, aplicado tanto a impressões psíquicas como à atividade de entidades conscientes. Para nós, um local assombrado é um lugar onde a atividade de fantasmas de qualquer tipo persiste por mais de um ano.
          Impressões são quase sempre vistas, e algumas vezes ouvidas. Em casos raros, uma impressão também pode ser sentida. Isso equivale a dizer que, se você vir uma impressão de um veículo acelerando em sua direção, ele vai normalmente passar por você. Por outro lado, existe a chance de ele não passar por você. Em alguns casos, uma impressão é mais do que apenas uma experiência auditiva e visual. Neste caso, você pode se machucar. Uma presença física real pode ser reproduzida quando a impressão se põe em movimento. Embora seja conveniente pensar em uma impressão como um filme curto gravado naturalmente, você deve se lembrar de que esse filme é capaz de registrar alguns ou todos os aspectos de uma experiência realista, integral e tridimensional. No entanto, eles apenas reproduzem alguns segundos, até um minuto, e só são vistos quando atendidas algumas condições desconhecidas. Mesmo as ''impressões de aniversário'', vistas em uma certa época todos os anos, nem sempre são confiáveis. Alguns observadores as veem e outros não. Esses atos gravados podem se reproduzir apenas quando certos fatores ambientais estão presentes. Eles podem, portanto, ser influenciados pela presença de íons eletrostáticos, pelas mudanças magnéticas da terra, por padrões do clima ou por qualquer número de variáveis atualmente desconhecidas. Isso significa que, virtualmente, qualquer um pode observá-los se as condições forem atendidas. Por outro lado, a capacidade de observar impressões psíquicas pode, em vez disso, residir no olho do observador. Se essa informação é retida em uma forma que apenas algumas pessoas podem ver ou sentir, um observador que inconscientemente tem essa habilidade pode ficar surpreso em observar um incidente que os outros não veem ou não podem ver.
          Mas por que um acontecimento imprimiria a si mesmo no ambiente? E como? Albert Einstein uma vez disse: ''A distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão, no entanto persistente.''

 Distorções
          ''Muitos investigadores tradicionais de fantasmas estudam apenas entidades e impressões, que são a base de 90% dos locais assombrados. No entanto, agora iremos nos aprofundar nos extremos da pesquisa paranormal. Vamos começar com o mais complexo de todos eles.
          Se um local é assombrado por uma entidade, certas marcas de identificação são exibidas. A atividade será espontânea, errática e interativa. Se for uma impressão, será não consciente, previsível e não prestará atenção no que a rodeia. Algumas vezes, você pode encontrar um lugar com ambos. Mas e quando você encontra um lugar que inclui outras coisas além desses dois tipos de atividades?
          Minha equipe e eu investigamos uma propriedade onde um número impressionante de ocorrências paranormais tinha sido relatado. Havia entidades conscientes que amarravam fisicamente os donos da casa, deixando cortes e machucados nítidos. Partes da casa e os veículos da propriedade explodiam em chamas sem explicação. Com frequência os visitantes ficavam doentes ou sofriam de ataques surpresa de dores e enjoos. Um bombardeio de impressões pulsava pelo terreno, e os donos captaram milhares de imagens anômalas em vídeo ou em fotos. Houve até mesmo uma ocasião em que alguém na casa virou-se para se descobrir diante do que parecia ser outra dimensão: um lugar horrível e surreal, com nuvens em redemoinho e atividade perturbadora. Então, ela desapareceu. Pequenos objetos, como talheres e canetas, transportavam-se para outros locais. De modo geral, qualquer tipo de manifestação fantasmagórica era possível, algumas vezes ocorrendo por meio de sincronicidades extremas e negativas.
          Até o momento, a atividade que estivemos abordando é causada primariamente por eventos extraordinários que podem ter afetado qualquer local. No entanto, algumas vezes parece que o próprio local tem algo a ver com a atividade fantasmagórica. A terra não é uma esfera perfeita. Na verdade, ela tem uma forma semelhante a uma pêra. Por causa disso, ela vibra em seu caminho de órbita. Basicamente, ela está longe de ser um corpo perfeitamente equilibrado no espaço. O campo magnético da terra corresponde à forma física do planeta. O campo tal como ela, não é equilibrado. Parece lógico que alguns lugares no planeta sejam sujeitos a atividade geomagnética incomum, maior ou menor que no restante da terra. Isso nem sequer leva em consideração os campos magnéticos causados por estresse físico nas falhas geológicas. Partes diferentes da superfície são também afetadas de uma maneira única com base em sua posição em relação ao sol. Este lança rajadas maciças de radiação na terra, e alguns lugares são mais, ou menos, afetados por isso também.
          Há lugares na terra onde as leis da física parecem ser distorcidas, e a realidade algumas vezes se comporta de maneiras não familiares, criando efeitos fantasmagóricos. Esse tipo de local é o que chamamos de distorção. Eles são raros, mas, quando um deles é localizado, em geral torna-se popular bem rápido. As pessoas ficam entusiasmadas com a ideia de ir para um local onde quase tudo pode acontecer. Uma das distorções mais populares é o Triângulo das Bermudas.
          Pensar no Triângulo das Bermudas normalmente evoca imagens de navios afundando e aviões caindo. Realmente, desde 1900, mais de mil pessoas desapareceram sobre as águas entre as Bermudas, a Flórida e Porto Rico. Ainda mais convincente do que o número de desaparecimentos é a maneira como se manifestam. Por exemplo, considere os cinco aviões da marinha que desapareceram ao mesmo tempo em 5 de dezembro de 1945. Um pedido de socorro foi enviado pelo líder: ``Não podemos avistar a terra... Tudo está errado... Estranho. Não podemos ter certeza de nossa posição. Parecemos estar perdidos. até o mar não se mostra como deveria``. O contato foi então perdido e enviaram um avião de resgate logo em seguida. Ele também desapareceu prontamente. Nenhum traço dos seis aviões foi encontrado até hoje.
          Pilotos frequentemente comunicam interferência com os instrumentos na área, como ponteiros de bússolas girando. Além disso, raios e bolas de luz misteriosos são vistos voando rapidamente por certas regiões. A primeira pessoa que registrou tais iluminações foi Cristóvão Colombo, em 1492. Ele escreveu sobre elas em seu diário de bordo. Não faltam contos de fantasma na área, incluindo aparições, impressões e ``deslizamentos temporais``.
          Nos anos 80, Rick Stratton - um técnico de equipe de televisão com cerca de 20 anos - e um amigo alugaram um chalé bem no interior da Nova Inglaterra. A casa isolada foi construída por colonos morávios no século XIX. Ele achou bom morar lá por várias semanas e não vivenciou nada fora do convencional. Uma noite, ele entrou na cozinha para pegar uma bebida. Quando passou pela porta, foi imediatamente surpreendido. A cozinha parecia completamente diferente. A sala inteira parecia ``antiquada``. O mais estranho de tudo: um homem estava sentado à mesa comendo, e uma mulher estava parada em frente à pia. Eles estavam vestidos com roupas antigas. O homem e a mulher, idosos, olharam para Rick e seus olhos saltaram de surpresa, como se estivessem vendo um fantasma. Rick os encarou por alguns segundos, cada pessoa sem fala. Então eles sumiram, e a cozinha voltou ao normal.
          Esse tipo de experiência não é um simples caso de uma entidade. A sala inteira estava diferente. Também é uma impressão, já que o homem e a mulher estavam conscientes do observador e reagiram a sua presença. Então a onde isso nos leva? É o tipo de fenômeno que podemos chamar de ``deslizamento temporal``. Pareceu que dois momentos no tempo, um no século XIX e outro no final do século XX, deslizaram e se combinaram por um período curto. Tal fenômeno pode ocorrer no local de uma distorção. Você pode ver porque ele ainda é classificado como fantasmagórico - ele demonstra atividade que nos permite observar algum resquício do passado, ou ao menos pensar que podemos observar.
          As distorções exemplificam as questões mais complicadas com que a ciência se depara hoje. Esses são os lugares onde a realidade não é apenas afetada por uma anomalia, mas onde a própria realidade se comporta de uma maneira anômala. Elas podem distorcer todas as suas ideias sobre como a realidade funciona. O que é em cima pode passar a ser embaixo, e dentro pode virar fora. O tempo pára, se inverte, corre para a frente, ou não tem nenhum senso de direção. Você pode ter alucinações, ou descobrir que o ambiente a seu redor mudou por um período imensurável. Pode haver uma quantidade inacreditável de energia eletromagnética, ou, surpreendentemente, nenhuma energia. Basicamente, as distorções são pontos ativos amorfos de fenômenos fantasmagóricos e atividade paranormal em geral.
          É difícil definir as distorções, já que o âmbito de suas manifestações pode ser completamente estranho e imprevisível. Elas são uma espécie de miscelânea paranormal. Por essa razão, é fácil, para alguns, olhá-las com desdém. Elas são difíceis de definir. As distorções não são ativas o tempo todo, e as condições necessárias para despertar sua atividade são um mistério.
          As distorções são com frequência cheias de entidades - algumas vezes centenas ou milhares. Talvez por distorcerem o espaço/tempo elas consigam criar portais naturais. Esses portais são ``entradas`` pelas quais uma entidade pode ser capaz de se materializar, ou ganhar algum tipo de acesso físico, mais facilmente. Em geral, essas entidades também são capazes de gerar mais força devido ao ``véu rarefeito``.

          É raro achar uma distorção forte. No entanto, se você encontrar, ela pode fornecer toda uma vida de material de pesquisa. Muitas vezes acredita-se que locais sagrados sejam distorções, especialmente aqueles escolhidos pelos antigos celtas e egípcios. Alguns até acreditam que as pirâmides foram feitas para criar distorções. A ideia é que tais estruturas, pela natureza de seu projeto, manipulam energias.
          Qualquer que seja o caso, nosso planeta é, em muitas maneiras, superior a nossa tecnologia. Capacitores (dispositivos para armazenar, reforçar e manipular cargas elétricas) não tinham sido ``inventados`` até 1745, quando o cientista alemão Ewald Georg von Kleist desenvolveu a primeira jarra de Leyden. No entanto, por bilhões de anos, a terra tem sido um capacitor natural. O chão é um eletrodo, a atmosfera superior, outro, e o espaço entre eles, um isolante. A vida na terra era movida a energia solar bem antes de Einstein explicar o efeito fotoelétrico. Muitas e muitas vezes nos descobrimos imitando a natureza, mas nos dando tapinhas nas costas como se o conceito fosse originário dos humanos. Por outro lado, há ainda uma porção de fenômenos incríveis produzidos pela natureza e que o homem nunca aprendeu a duplicar para propósitos práticos.
          Você pode ter lido sobre buracos negros. São áreas de massa tão densa que até mesmo a luz não consegue escapar. Durante anos, os buracos negros foram considerados frutos da imaginação. Agora, cientistas confirmaram que eles realmente existem. O famoso físico teórico Stephen Hawking. Trata-se de uma emanação de energia que pode indicar a presença de um buraco negro. Ela é baseada na ideia de que algumas partículas podem escapar de um buraco negro - aquelas lançadas de volta ao espaço conforme o buraco negro lentamente se dissolve com o tempo. Dentro de um buraco negro está um ponto chamado de ``singularidade``. É o ponto no qual as leis da ciência falham e não podem ser aplicadas.
          É possível que, algumas vezes, algum tipo de fenômeno limitado semelhante a uma singularidade possa existir em alguns lugares na terra? Normalmente, a atividade de fantasmas trata de um aspecto do passado que ainda representa um papel paranormal no futuro. Uma distorção é um lugar que pode essencialmente turvar as distinções de passado, presente e futuro. Quando você encontrar uma dela, esteja preparado para tudo.
Distorções são:

1. Áreas onde as leis convencionais da física podem falhar.
2. Lugares onde o tempo linear nem sempre se aplica.
3. Locais infestados com entidades, impressões e uma porção de outras atividades paranormais.
4. Áreas imprevisíveis que podem distorcer as percepções além do entendimento da lógica.''

 Arauto
          O espaço e o tempo são relacionados de modo que um passo espacial tem um calculável significado temporal, logo o espaço é o tempo. Segundo a Teoria da Relatividade de Einstein a matéria curva o espaço-tempo. Nesse sentido quando um planeta está se formando o espaço ao redor curva-se, e esses arcos espaciais moldam a matéria em uma bola, formando um planeta. O arquejo espacial dá movimentos circulares a esfera que é o planeta fazendo com que esse habitat de espaço tenha seu próprio tempo cíclico.
O Arauto é o fantasma que em seu plano pisa na realidade e também transita pelo tempo vagando entre o passado e o futuro sem restrições temporais.
A verdade é que um número muito grande de obras relata futuros longínquos, feito que é muito similar ao potencial do Arauto. O que é visível em Dom Quixote de Miguel de Cervantes, com citações do que será o videogame, entre os séculos XVI e XVII. Há outras obras muito próximas da figura do videogame, como a obra de Joachim Patinir no Século XVI, o traço do quadro Crossing the River Styx é muito próximo do desenho de jogos.

Poltergeist
          São resumidamente espíritos que se manifestam com alguma materialidade. Os relatos são de cadeiras que se movem, e leves contatos com o mundo real. 

          
Ciro Korangar concebe que o fato de ter tido uma ligação com a entidade não era um bom presságio. Vamos lá que essa comunicação intermediava espaços distintos. Em outras palavras, de que modo a mente humana atende uma onda sonora sobre o espaço partindo de algo imaterial? Seria possível um objeto nesse sentido? Uma caixa de tênis ou uma bola de futebol? Veja que é até menos assustador do que um programa de terror, afinal na escadaria havia um ser vivo de inofensiva manifestação. A questão gira em torno do fato dele poder conceber esse plano, isso faz dele o que? Eventualmente Ciro leu os livros religiosos e leu os livros científicos, e passou por lições que lhe mostraram fase a fase que era algo, a princípio, difícil à mente palpar, e virtualmente, também normal:

          - Eu voltava àquelas escadas no final das noites, passava o tempo refletindo, e as manifestações avulsas da entidade que transitava por ali eram inicialmente bem leves. Mas com o hábito e o passar do tempo ele começou a falar mais, o que não se transformava em uma comunicação, ele costumava por auto dizer coisas desvinculadas da realidade do meu espaço-tempo, tendiam a ser ofensas muito intensas e muitas vezes sem pé nem cabeça. Ouvir seus ofensivos assuntos aos saltos sobre outras pessoas, significava ser envenenado pelo ouvido e ter o meu tempo reflexivo estorvado pelo excesso de interrupções. Logo percebi que as claras intenções da entidade eram perversas e, portanto deveriam ser ignoradas. O que levou pelo menos alguns meses em que fui adoecendo em virtude da atenção dada à entidade, fases não são exatamente como nós gostaríamos que fossem, e se por fim a entidade deve ser ignorada, por outro lado chegar a essa conclusão levou algum tempo de experiência. Há um quadro de Agnolo do séc XVI, Vênus e Cupido, que expressa a época:



          Resolvi ignorar essa entidade por completo, não ouvindo nem uma palavra. Posso dizer que continuei a mesma rotina normal, dando uma volta de Skate na pista pública, afundando em livros, e vivendo a benção que é viver.
          
Sempre jogo videogame, costumo acompanhar os jogos que estão pra sair, e zero os favoritos muitas vezes. Recentemente encontrei um jogo vindo da empresa Bloober Team, uma desenvolvedora Polonesa, e rapidamente descobri que todas as obras eram excelentes. Sobretudo o último jogo me cativou muito, e por isso está entre os meus favoritos. A obra se chama Médium e possui uma história muito complicada que assim se resume:



          Marianne Severo cresceu em uma casa que é o segundo andar de uma funerária, o imóvel pertencia ao seu pai adotivo Jack. Um homem com uma respeitosa bagagem de livros, é notável pelos cômodos da casa onde há estantes repletas, incluindo livros bagunçados com destaque para o único livro de interação, 1984 George Orwell o qual ela descreve como interessante. Jack criou sua filha com muito amor a partir da adolescência, até ele falecer. E a história começa com ela responsabilizando-se com o velório, enquanto anda pela antiga casa comentando como é crescer em cima de uma funerária, o que a ajudou a compreender seus poderes.
          Ela segue até a funerária e arruma o corpo de seu pai, e quando se despede o ambiente se manifesta, as luzes começam a piscar, e ela anda pela funerária até entrar no escritório que está todo bagunçado, e lá está Jack. Ele está preso em suas preocupações com o trabalho e procura um caderno. Um momento em que ela reconheceu seu estado espiritual e, sensibilizada pelo encontro, lhe dá um último abraço. Pede que Jack desapegue daquele mundo e despede-se de seu pai.
          Mais tarde ela recebe o telefonema de um sujeito chamado Thomas que, afirmando conhecê-la e fazendo afirmações impossíveis, pede que ela vá até um Hotel abandonado. Niwa Workes Resort, o local é conhecido por uma lenda urbana ''O massacre de Niwa'' onde, ilogicamente, uma revolta tomou o lugar em um enlouquecimento geral, resultando em uma chacina.
          Resumidamente Marianne Severo vai até Niwa a procura de Thomas, que seria o antigo gerente. Ela anda pelo local encontrando muitos quadros, e desenhos, referenciais a uma bailarina chamada Viviane. E eventualmente encontra muitas manifestações sobrenaturais incluindo um espírito peculiar. A medida que ela caminha pelo Niwa vai passando por impressões que narram que algo terrível aconteceu com uma garotinha chamada Liliane. A compreensão do quadro é perfeitamente retratada com Marianne sentada em uma cadeira de rodas ante a uma árvore demoníaca e melódica chamada ''Richard'', seguindo por um projetado desdobramento de cenas que contam uma história. Cita o crime de Richard, e revela que Thomas é o pai de Liliane e o pai de Marianne. Ela levanta da cadeira de rodas lembrando desse passado e retomando a história.
          Pelo terreno do hotel ela segue entre impressões até finalmente encontrar o espírito de Henry, um soldado soviético. Henry surge na história cobrando Thomas por feitos acontecidos na guerra. E esse soldado soviético aparece na história de Niwa tentando matar Thomas e suas filhas, sendo a segunda tragédia da história. Embora tenha falhado e morrido, Henry incendiou a casa da família o que gerou inúmeros efeitos sequenciais. E o espírito de Henry nessa cena faz referências a uma terceira tragédia responsável pelo final de Niwa Workes Resort. Após esse confronto, ela segue pelos arredores do hotel passando pelas ruínas da casa, até finalmente encontrar uma casa subterrânea onde é surpreendida. Surge, a projeção espiritual, do espírito de Thomas, em sua pessoal consciência. Trata-se de uma, assombrada e complexa, difícil história que ela reconta. Por fim ela descobre que Liliane está viva e vai ao seu encontro seguindo ao final da incrível obra de videogame.




Nenhum comentário:

Postar um comentário