24 de fev. de 2020

Páscoa



Nessau vem saltitante pelas árvores de cacau, saltando rápido como estalos de shape, coleta cacau por cacau e guarda-os em cestos, cestos, cestos que acumulam-se na traseira de uma carreta. Dado momento, com mais um cesto cheio salta com o peso num vão!...

Fim da coleta. Arruma o carregamento e segue ao volante, dar a partida! O coelho Nessau, orelhas felpudas dentro do boné da Future, pilota sobre uma estrada de chão dentro de uma floresta de cacau. Encontra a montanha com acesso a um túnel; um segurança na portaria permite a entrada:

- Pode passar senhor! - Exclama o Coelho Soldado.
O motorista faz sinal afirmativo com a cabeça e segue à estrada cavernosa. No horizonte vai surgindo uma cidade, aliás uma incomum cidade subterrânea de coelhos. Casas em miniatura, automóveis, estradas menores e em todas as direções, uma população cem porcento felpuda.

Sem desviar a boleeia, Nessau segue diretamente à fábrica localizada ao Noroeste da cidade; ``A fábrica de chocolates``; uma fábrica de funcionamento diário, não apenas a datas comemorativas, contudo, estava em época do mais pleno vapor, dias próximos a páscoa!

O coelho estaciona, cospe uma bala sabor mentol pela janela, abre a porta e desce reclamando - ``garganta!...`` - vai aos meninos encarregados de descarregar e diz:
- Esse cacau aqui é todo destinado a Skates de Chocolate.
- Skates? - Estranha o coelho com uma regata escrita ``Black Media`` preta com pouco brilho. Coça o pé da orelha e calcula quantos carrinhos serão precisos.
- Um sujeito fez o pedido de mil Skates de chocolate, um tal de Hawk! Lucan Hawk... - Confirma esse carregamento todinho.

A carreta fica destinada e Nessau entra na fábrica, chama o elevador, vira o boné para trás, faz uma pose de Playboy, a porta abre, há três coelhas, ele pede licença e entra apertando o botão do subsolo. Desce no seu andar e segue alguns corredores até o laboratório da fábrica, encontrar o Malasarte, coelho encarregado das fórmulas de chocolate. Chega à porta do laboratório, uma em verde fraco com maçaneta dourada, abre-a. O sujeito que ali estava toma um susto e, pula, começa a tentar esconder o material que estava mexendo.
Nessau questiona - Porra Malasarte! Cigarros de chocolate?
- É só um projeto; o que, que há meu velho? - O Cientista retoma a seriedade.
Alguns risos de culpa e desculpa tomam o momento, caracterizados pela graça da invenção; o Coelho coletor explica o pedido dos skates de chocolate. Conta a respeito do chocolate ter um amargor característico e sobre a intensidade do cacau e os açúcares ```Precisa ser o contraste mais doce possível, aliás, o mais doce que existe``, além do surreal. O cientista concorda e começa a projetar. Enquanto isso o coelho coletor segue, sai da sala e transita em corredores até o encarregado dos designes de chocolate.

Mais corredores, mais corredores, mais corredores que parecem labirintos; passa pela ala de chocolates derretidos, onde vale tudo de chocolate, cachoeiras de chocolate caem em bowls e seguem em tubulações que dão em máquinas de servir bebidas, continua e passa pelo bebedouro, onde faz uma pequena pausa... e... Dá seguimento até à sala dos encarregados.
*Tock* *Tock* *Tock*
- Pode entrar! - Afirma uma voz dentro da sala.
O coelho Nessau entra falante, como quem fala com a cabeça cheia de problemas de chocolate:
- ``O pedido é de mil skates de chocolate para a páscoa; a fórmula é amargo com doce e esse papel contém os designes e medições...`` - entrega-o em mãos do coelho encarregado de tridimensional projetos de cacau. Ele pede alguns instantes, enquanto isso, Nessau observa alguns exemplos de projetos prontos:
Uma maquete de chocolate em particular, ``uma pista de skate nessa estilera seria naipe``, chama sua atenção em uma réplica do Egito com pirâmides e múmias de chocolate.
- ``Que delicinha! Como assim? Huuum!`` - Exclama Nessau.
O coelho arquiteto defende que os Egípcios levavam jóias às pirâmides, portanto há brincos de chocolate, anéis, colares e pulseiras, assim como barras, proporcionais as de ouro.
- ``Que época na culinária! Gostosura!`` - O coelho se apaixona reluzindo um desejo pela pirâmide.

O projetor, no computador, abriu o programa de tridimensionar objetos a uma escala comestível... Dentro de alguns minutos deixa pronto em imagem o projeto de um skate de chocolate, Double Deck e do tamanho de um skate de mão. Passa ao pen drive, levanta da cadeira, dá dois passos e leva os cálculos para o computador das linhas de produção; manda uma mensagem ao químico quanto ao ponto da doçura.
Tudo calculado, o projeto segue a linha de feitura.

Após alguns primeiros testes, o primeiro skate de chocolate sai dentro da fôrma, na esteira e o coelho Todi pega-o em mãos, prova-o e determina que no dia seguinte começará a produção em larga escala. Hoje são os ovos e moedas de chocolate.

*No dia seguinte*

Os skates começam a sair em fôrmas pelas esteiras e chegar às mãos dos empacotadores que laçam-os com papéis, metálicos, um lado vermelho, outro prateado e um ótimo laço. O estoque de Skates de Páscoa vai se formando. Tudo andando até o dia comemorativo.




Dex



Amanhã é Carnaval; som pra lá e som pra cá, pesadão e rebolados!... hoje, na saída da facul avisto uma roda de amigos, me envolvo. Falam sobre uma festa Open no bar do Alaska. O Valter, meu irmão, ofereceu o banco do carona, a Adrieli e a Tati no banco de trás do Golf cor leite. Ingressamos, o player do golfão sustentava oito subs; conecto o telefone: [Hi Rez - Pray for me] no último. A nave arranca em alta rotatividade; costurando vias, uma lembrança de Need for Speed assemelha-se ao momento e rola entre luzes e luzes noturnas, passa um, passa dois, fecha pra direita, passa mais um e só vai! A alma ascende o espírito: piloto de notório saber de Drift. A pecinha atrás do volante mostra o valor do braço; no carona, abro uma gelada, as gatas na traseira soltam gritos; aproximamos do escaldante Alaska, chegando em marcha de slow motion; bebidas azuis avistadas, rebolados e rebolados passam lado a lado às janelas, chapinhas na cintura e saias no frio, ``é o lugar``.

Show do Black Alien; uma mini ramp no palco e o time da iOus na sessão. Trombo o Vidau na multidão com uma gelada e uma gatinha. A balada imantada por luzes azuis e rebolados rodando e rodando por todos os lados. Open de cerva e filas métrica e métricas, colares de caneca e papos rolam e rolam. Cumprimentei o Duayne, vi os donos da iOus no camarote, além de umas tricks de giro nas transições do palco. Bar do Alaska, o clima é quente.

Longe, longe, lá entre rodas e rodas de amigas dançando, avisto a Letícia, motivo das minhas insônias e delírios. Sigo a passos em direção a ela, bolando o que dizer entre culpa-la pela superficialidade do nosso relacionamento, você não colabora, (nós não vamos além, só há um querer, o meu); tenho problemas com o seu sorriso, que me faz desmanchar como quem avistou uma deusa e sentiu no peito o calor de um Flip, com efeito de quem sente-se girando e girando, atoa, apaixonado e bobo.

No caminho passa na minha frente um doidão e vomita no chão, desvio e sigo dentro de uma noite alucinante. Vou chegando mais próximo, munido de uma cantada e um belo par de olhos. Quando mais me aproximo, noto ela conversando com as amigas prontas para algum rumo; conversam e saem, talvez sentido ao toalete feminino. Enquanto bebo minha gelada sozinho no pré carnaval; entro em uma reflexão pessoal feito quem espera o tempo sem tanta esperança: será que o Parteum e o Kamau tão por aí? Assim como o Alienígena Preto, estariam entre os skaters profissionais que também são músicos famosos. Aí eu já chamo eles pra trocar uma ideia sobre o refrão da música Dominium, que podia ser ``Domínio! Estrutura atômica, coisa séria, jogo de estudo científico! Domínio! Carga elétrica do átomo! Coisa séria, jogo do acelerador de partículas!`` Talvez eles me deem ouvidos...

Só que não! A noite continua com um DJ pesadão só tocando funk, Bilhete 2.0 com Rashid, e a turma derretendo uma noite da terra do relógio onde o tempo corre sem horas. Skaters, as gatinhas, turmas da faculdade e um palco que eu podia invadir... Chego no time da iOus, feito um desconhecido qualquer, ``Dexter, Iaaae!`` Peço pra fazer um flow na Mini Ramp do palco; o Duayne estende o copo da gelada na mão e diz ``Vai ae men!`` Pego um board entre vários avulsos no canto da Mini, subo e dropo a um fluxo vai e vem; Blunts e Switch Blunts, Flips e Switch Flips. A vibe é uma espécie de tranquilidade sob um ar que vibra pancadões de uma festa inesquecível, sessões noturnas e a night continua...


Kend Kroet



Hoje aqui em barça, além de não ter sido bom, a borda passou mal! Foram altos box de Grinds e os Flips rolaram cabulosamente na borda! Desde combos vomitados até à fluidez de manobras arrancadas na borda sem saída. Equilíbro bem Nose Grinds porque treinava em cima do tapete, travado; toda vez que chovia eu passava mal, ``não tem skate hoje``, sentia uma ânsia na barriga em misto com vontade de vomitar. Logo comecei a colocar o tapete no quarto, nesses momentos levava o skate pra cima dele, equilibrava segurando a parede; se chovesse duas horas eu ficava duas horas... Tapete, sempre tenho aqui!...

Torci o pé e amanhã a sessão vai ser mansa, tem que dar um tempo de recuperação. Andei dando uma olhada nas notícias do Brasa; o presidente todo dia dá entrevista no mesmo lugar? Desde questões simplórias a bomba atômica? Minha decepção vai um tanto além do concreto. Está na distância entre o tempo de pensamento e o tempo de fala. Dizer ``Não vou te chamar de viado! só porque você parece um viado! Não quer dizer que você seja viado!`` É ser infantil e xingar através de um certo: disse pelo não disse. O problema está mais no efeito ser semelhante a alguém muito jovem, criança, os que dividem o tempo entre salas de aula e redes sociais; falar sobre dados sem fontes: ``99% disso! 99% daquilo!`` Resumir todos os problemas da vida em uma só equação matemática: ``99% dessa vida é regra de 3!`` Sem pegar um bom e velho livro, abaixar não só a cabeça, como também o espírito, numa boa cadeira dura assim.

... Vou só terminar de lavar essa louça e dormir, a cobertinha eu trouxe de casa, camuflada, verde e preto. Esse ap de barça é bem naipe, a cozinha tá com todas as peças para a culinária. Cuidar desse pé, amanhã saio mais tarde, enquanto isso passo um tempo assistindo o filme do Tekken, aliás, que filmasso! Já viu o que os animadores conseguem fazer hoje com os personagens de videogame? Eu to ligado porque todo processo de recuperação eu passo muito tempo conectado aos jogos e desenhos. Tem um game chamado ``Skyrim Elder Scrolls``, tão medieval quanto Dom Quixote, tão mágico quanto a Disney, já tem dois anos e ainda não zerei.

Nem sempre dá pra andar de Skate, a gente às vezes divide esse tempo, entretanto, Skate é a coisa mais prazerosa dessa vida. A concepção toma vôo e colapsa entre o dissipar energético e a satisfação das manobras voltadas, é quando você vê o plano do pensamento, sobre rotações, tornar-se uma dobra de realidade satisfatória; compensações do esforço. Do teórico ao prático tem-se o manobrar igual fazer uma receita de sorvete de Creme num dia quente.

[Tiro a camisa]
Louça feita, pegar a cobertinha;(durmo só com o colar, Crucifixo); um sonzinho nos fones de ouvido antes de dormir:
[ Pulso - Kamau; Licença Poética].

Deito no colchão; rolo pra um lado, rolo pro outro; sinto-me ingressando no sonho... ...
Durmo e tenho vários pesadelos; me vi dentro de um zoológico de felinos e acordei várias vezes em fúria no meio da noite.

...

- ``Acordae men! Acorda! - No travesseiro, ouço a voz de algum inimigo me tirando. - ``Bom dia Kendri; tem queijo quente e café açúcarado, além de chocolate em barra e biscoitos na garrafa.``
Levanto reflexivo, pensando porque esse mundo tem tantas espécies de felinos, onças, leões, leopardos etc. etc. etc. Sonhei com vários e vários desses gatunos.
Vou ao chuveiro e depois à cozinha, de língua de fora e mais contente.
- ``Ontem eu torci o pé no Switch Flip Back Tail... Vou ficar um pouco por aqui, por um saco de gelo, Jogar um Tekken; quando melhorar eu volto no corre da pegada, voltar essa...``
O Rômulo, meu mano, concorda. Enquanto come apreçado seu segundo misto quente e corre encontrar a filmadora e a lente à sessão marcada...
Dou uma conferida em como tá o Brasa pelo telefone e combino de chegar mais tarde, pra ficar só de Filmaker na sessão.

...

Dex



Dexter mais uma vez, arruma a mochila, termina de beber o chá quente, leão, pega as chaves, metálicas!... Sai pela porta e direciona-se ao ponto, esperar o ônibus. Alguns pensamentos pessoais, algumas conexões desconexas, algumas ideias fixas - ``Meu nível de skateboar tá travado faz tempo. Aliás, há tempos que não aprendo manobras novas, aliás volto só manobras velhas, quando não ficaram na base parecem sempre uma primeira vez. Volto manobras difíceis e não fico feliz, tenho sensações de atraso, não é bom.

A sensação de ver um primeiro Flip dar certo é surreal, o esforço torna-se realidade, como mergulhar em uma piscina de prazer e gritar de maneira imcompreensível. Soluções, contudo, agora, abraçar um nível alto de skateboard; Flips em cima da grama não são mais encantadores.

De outra maneira, hoje, se eu pudesse voltar ao passado e montar todo o meu tempo novamente eu montaria outro nível de skateboard, aliás, colocaria um tempo pesadão com tempo de manobras dividido em porcentagens: As exatas manobras simples que dão as manobras complicadas que eu quero; transformar esforços prolongados, os que levam horas, em tricks voltadas em um instantes, sem tentativas, de primeira.
Otimizar o tempo, andar de duas a quatro horas, ``Pra andar!`` - Foge ao pensamento e fala alto no ponto de ônibus - pequenas pausas só, porque ficar só sentado não é skate, é frívolo igual fumaça. Concentrar de verdade está em corpo e mente sã, o cérebro e o corpo funcionando normal, quando coloca-se a mão na consciência aplica-se fórmulas ``bênçãos``, magníficas, mágicas e simplórias: Esforço + Concentração.

Os melhores skaters do mundo são muito concentrados, o O`neill parece só pensar um pouquinho e tentar duas vezes até aprender algo complicado. Por tempo só no caixote, algumas horas, por tempo só no trilho, algumas horas, por tempo só na transição, algumas horas e manter a totalizar uma consciência skateboard ótima.

O contrário eu fico bagunçado, tentar manobras diferentes e não focar em um esforço ao alcance de um objetivo. Dividir o tempo é determinar o tempo; cada um fica no seu tempo, ou melhor, entre gastronomia e skateboard, eu sei como meus dias andam, como ando no meu tempo, como anda os ponteiros do meu relógio. No gabinete do prefeito, o tempo dele corre do jeito que corre a mesa dele, que é diferente, com dinâmica própria, sob frenesis doentios de autômatos dessa vida e bênçãos de dias de sol macio, nuvens verdes e singularidades das regras dessa vida. Aliás, porque não chamar o presente de Matrix?

Matrix é uma metáfora à observação da realidade sob pontos de vista científicos: Se você ver um skater, há muitos movimentos e fatores calculáveis em um mesmo manobrar. Em física, o estudo dos movimentos, há como estudar e tratar cada um dos fatores que estão presentes no esporte. Contudo, cálculos e cálculos a pessoas comuns custam muitos e muitos papéis e canetas, bastante tempo. O manobrar do objeto skate é infinito, algo que para uma vida só parando o tempo!... Frizando em um computador!... Princípios físicos, assim como o movimento de um relógio, segundo e segundo, curvilíneo uniforme!... Um skater quando visto poderia ser calculado em imagem no computador, entretanto, essa imagem ser trocada por cálculos, números, logo veríamos uma imensidão de cálculos que tomam o espaço e preenchem a imagem , igual o filme: Matrix.

Se todos os movimentos que correm diariamente nas ruas fossem calculados fisicamente por um computador, teríamos um gerador infinito de cálculos físicos: Multiplicando!... e multiplicando!... e multiplicando!... Infinitamente. O próprio existir seria numericamente visto em um mundo onde tudo está em movimento. Desde os elétrons que vibram no átomo até às invenções grandiosas feito jatos.

Lembro uma vez de imaginar que entre altos e baixos, tem pizza de banana na Matrix, a gente vive várias experiências; conhece lugares, anda de skate, namora as gatinhas, come um hamburgão e vê o correr do tempo. Há como comparar um universo preto com rochas, metálicas, a um folha de papel tridimensional, capaz de escrever história, recortar o infinito, cultivar futuros, apreciar o tempo, curtir presentes. Quando nessa vida a gente olha pra um lado e pro outro e decide que é melhor andar de skate...

Sim, porque é minha parte preferida desse tempo. A gente vive, se apaixona, passo um tempo encantado pela Letícia; pra não contar que namorei sua foto, converso com você nos meus sonhos e acho que amores de cinema são superficiais demais pra compreender a profundidade do que temos pela frente. Penso em cantadas com estrelas e contar sobre sensações que não existem. Entre sonhos e desejos, surreais e infinitos, possíveis bons dias em manhãs frias sob cobertas, bebidas de chocolate e filmes no escuro; esse tempo não colabora...`` - O ônibus chega.

Dexter, avulso, passa o cartão passagem, segue a um ascento e retoma que nem tudo corre feito planos - ``Há futuros que não correm como planejados, talvez meus sonhos de infância fossem mesmo para dar errado. Aliás, ser skater profissional não deu certo. Quando vejo os meninos hoje nas pistas de skate; sinto a sensação de que o futuro não guarda bons planos. Há marginalidade envolvida e a solução está em separar, o skate: manobrar. Do que não é skate: crimes. O pessoal chega de skate na pista, enquanto há quem chegue sem skate, só com fumo. Fechar o ambiente levaria o nível de skate pra mais alto, quatro paredes e pistas de madeira fariam skaters excelentes, igual Drop Dead ou o que fazem lá na China, ambiente próprio e skaters extremamente habilidosos.

Entretanto, entre teimosias e permanências sob tempos e ares ruins, o tempo é escrito ao longo, dentro de futuros nada promissores. Quase não sei como é feito. Contudo, como é possível determinar anos e anos assim? Notei que as pessoas são um tanto conectadas ao habitual, repetem-se e fazem de maneira automática, é por isso que eu pego ônibus no mesmo horário. Hábitos são difíceis de mudar dentro de uma vida inteira. Parecem pertencer a teimosia em misto com o prazer. Alguns hábitos são recompensadores. Igual aprender que toda manobra de Shove-It é mais fácil de Fakie. Ao longo do tempo você aprende mais rápido do que indo pela base.

Planejar: Varial Flip de Fakie; Varial Heel de Fakie; HardFlip de Fakie; HardHeel de Fakie. A tentativa custa bem menos esforço e você memoriza o movimento, depois é tranquilão levar pras outras bases. - O ônibus vai chegando ao ponto do curso de culinária ao lado da prefeitura, Dexter puxa a cordinha com a mão, futuro chama, a porta abre e ele só vai...

Mil Skateboard



O skate de mil giros
A lixa de mil brilhos
A plaza de mil luzes
A borda de mil slides
A borda de mil grinds
O slide de mil trilhos
Os grinds de mil trilhos
Os trucks de mil grinds
Mil shapes de mil giros
Mil rotações de mil skates
As memórias de mil manobras
O skate de mil contextos
Um skate e mil corações
Um skate de mil rotações
Um skate e mil vôos
Um skate e mil histórias
Um skate e mil futuros
A localização de mil flips
A plaza de mil formatos
O trilho de mil slides
O trilho de mil grinds
A borda de mil manobras
A vela de mil bordas
O trilho de mil velas
A cera de mil trucks
As manobras de mil skates
A dimensão de mil verticais
A fluidez de mil bowls
A MiniRamp de mil combos
A revista de skate com mil páginas

O Míssil



- Eu e o Antena estávamos andando de skate lá no bairro: Corpory Company; esquina: Caixa de ferramentas!... De repente, notamos um objeto estranho no chão, metálico, a gente chegou perto e a imagem era um misto de surreal com inacreditável!
- ``Ialá! Se liga Yellow! Um míssil! `` - disse o Antena enquanto imaginava ter sido um fruto caído de aeronave de guerrilha.
- A gente pegou o míssil, rindo, levamos à quadra e deixamos estilão obstáculo, era engraçado, voltava um Flip por cima, outro dava um Ollie e a sessão prosseguiu... Esquematizada e chavosa; no entanto, no final do dia o apego era muito forte: ``Quem vai ficar com o míssil?`` Perguntei, sem muita pausa a uma resposta: ``Deixa que eu levo pra casa...``
...
- No outro dia os meninos vieram com o arguile antes da sessão, trocar umas ideias por um lado e, planejar viagem a matar saudade, dar alô ao míssil por outro... ``Se liga! O míssil tá aqui ainda!`` e eu busquei no meu quarto, em baixo da minha cama, mostrar pra molecada e ele reaparecer na sessão! Sentia que o míssil era igual um melhor amigo, tinhamos andado de skate juntos; tivemos uma noite do pijama; ìamos às sessões juntos. Mas, o Antena colocou uma questão entre nós: ``Mas... Então... Yellow... Será que não explode?...`` ... Orra, achava que não! Porque depois de tudo: ``Acho que não men! Que ele já levou até porrada; teve Ollie que bateu de assim...`` Mostrei com as mãos - uma vindo por cima da outra assim paralelo até à um emaranhado - e completei ``Portanto, acho que não explode.``
... Debatemos mais a questão, dentro de tanto tempo; era Impossível explodir, não pra mim, até um concluso fim: ``Vamos andar de skate!``
...
Levamos à sessão e o posicionamos de obstáculo a ser pulado com rotações, não haviam certezas, não haviam dúvidas, havia um simples dia de céu azul infinito e skateboard.
-``Vamos chamar alguém e dizer que encontramos``- Antena oferece a ideia com um misto de planinho com hilário - ``Liga lá Yellow! O pânico vai ser certo, a gente observa e tira a culpa da mochila.``
...
Combinamos e no final da sessão ligamos à polícia, esta que chegou prontamente. Desceram da viatura, passos de quem equilibra uma variabilidade de pesos, notaram o míssil, observaram-o por alguns intantes; perguntaram a nós a procedência e respondemos que estava ali. Alguns minutos correram em silêncio, passos curtos iam pra lá, skaters avulsos, passos pra cá. - ``Mantenham distância, pode explodir! Não se aproximem!`` - o policial deferiu as orações a todos presentes, seguiu ao radinho - ``QCL! Uns meninos encontraram um míssil na quadra da Bayblade, bairro Corpory Company! Acho que o explosivo pode explodir!`` ... *Som de rádio*
O tempo foi passando, chegou uma viatura; observaram, conversaram sobre resoluções; mais algum tempo e mais uma viatura, e mais uma, e mais uma. Várias viaturas, dezenas de policiais, um míssil em uma quadra de bola e alguns skaters numa calçada com copos de plástico e refrigerante.
- iaalaá!
...
Passaram-se horas; horas e horas. Isolaram o perímetro e todos mantinham distância; ninguém mais andou de skate naquele dia; chegou um esquadrão antbomba para desarmar o explosivo, vieram de uma cidade distante, cedablioB, a umas centenas de kilometros de distância, dentro de uma sinistra tarde de viagem. A equipe aproximou-se do míssil e o vedou, já imaginamos que tudo iria pelos ares. Após alguns testes, tudo tranquilo, nada de bombar. Guardaram-o no lugar apropriado e foram embora...
...
O pânico foi geral, esse dia foi louco, e minha mãe me xinga até hoje porque eu levei aquele míssil pra casa.


Skate Rap



Um Do It Yourself Bolado de corrimão conecto
Ferro velho e metal prateado forma o aspecto
Ligado ao board, cadeado em corpo e espectro
Um tubo de dois metros reitero, sem demora
Cinco pequenos ferros, quero, são pés, agora
Andar no dia ou no escuro nuvens ou aurora
Combar uns 360 seguros, que a vela colabora
Slides e grinds misturo deslizes a vela namora
Girar outs juro, sessão sem vez pra ir embora
Na pior, acontece, a madeira troca, quebrou
Entre sessões e sessões, o skate se provou
Sessão boa nem vela sobrou, de giro entrou
No out rodopiou, ou, trilho de escada skatou
Com base, no gap marretou, escadaria atirou
Estilão crase, mais com mais, tricks celebrou
Em cena no teatro rodar no palco quadrado
Fluidez de animal aquático, skate acelerado
Surpreender tanto quanto SLSkate atrelado
Reedificar o cenário, deixar o gap estralado
empreendedorismo skateboard compacto
Sessões que vão e veem, de SS e com pacto
Ver skater repreensivo sessando e intacto
Brasil reescreve o que é tirar água de cacto
Imutável, aqui fluidez é de Janeiro a Janeiro
Girando tão rápido quanto o Flip do Ribeiro
Desbancar borda por borda estilão streetero
Linhas no estilo do oliveira, estilo brasileiro
Defensor de olimpiadas, pesadão o escudeiro
Conhecer gatas e restaurantes em fevereiro
Na panela Lemos e tantos formam um canto
Entre sessões e sessões o nível no enquanto
Futuras partes previstas, surreais no entanto
Giros vivem na memória, eternize o encanto
Nesse ``recorte do infinito`` por bom pranto
A turma tá na chuva, tamo junto no manto