24 de fev. de 2020

O Míssil



- Eu e o Antena estávamos andando de skate lá no bairro: Corpory Company; esquina: Caixa de ferramentas!... De repente, notamos um objeto estranho no chão, metálico, a gente chegou perto e a imagem era um misto de surreal com inacreditável!
- ``Ialá! Se liga Yellow! Um míssil! `` - disse o Antena enquanto imaginava ter sido um fruto caído de aeronave de guerrilha.
- A gente pegou o míssil, rindo, levamos à quadra e deixamos estilão obstáculo, era engraçado, voltava um Flip por cima, outro dava um Ollie e a sessão prosseguiu... Esquematizada e chavosa; no entanto, no final do dia o apego era muito forte: ``Quem vai ficar com o míssil?`` Perguntei, sem muita pausa a uma resposta: ``Deixa que eu levo pra casa...``
...
- No outro dia os meninos vieram com o arguile antes da sessão, trocar umas ideias por um lado e, planejar viagem a matar saudade, dar alô ao míssil por outro... ``Se liga! O míssil tá aqui ainda!`` e eu busquei no meu quarto, em baixo da minha cama, mostrar pra molecada e ele reaparecer na sessão! Sentia que o míssil era igual um melhor amigo, tinhamos andado de skate juntos; tivemos uma noite do pijama; ìamos às sessões juntos. Mas, o Antena colocou uma questão entre nós: ``Mas... Então... Yellow... Será que não explode?...`` ... Orra, achava que não! Porque depois de tudo: ``Acho que não men! Que ele já levou até porrada; teve Ollie que bateu de assim...`` Mostrei com as mãos - uma vindo por cima da outra assim paralelo até à um emaranhado - e completei ``Portanto, acho que não explode.``
... Debatemos mais a questão, dentro de tanto tempo; era Impossível explodir, não pra mim, até um concluso fim: ``Vamos andar de skate!``
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Levamos à sessão e o posicionamos de obstáculo a ser pulado com rotações, não haviam certezas, não haviam dúvidas, havia um simples dia de céu azul infinito e skateboard.
-``Vamos chamar alguém e dizer que encontramos``- Antena oferece a ideia com um misto de planinho com hilário - ``Liga lá Yellow! O pânico vai ser certo, a gente observa e tira a culpa da mochila.``
...
Combinamos e no final da sessão ligamos à polícia, esta que chegou prontamente. Desceram da viatura, passos de quem equilibra uma variabilidade de pesos, notaram o míssil, observaram-o por alguns intantes; perguntaram a nós a procedência e respondemos que estava ali. Alguns minutos correram em silêncio, passos curtos iam pra lá, skaters avulsos, passos pra cá. - ``Mantenham distância, pode explodir! Não se aproximem!`` - o policial deferiu as orações a todos presentes, seguiu ao radinho - ``QCL! Uns meninos encontraram um míssil na quadra da Bayblade, bairro Corpory Company! Acho que o explosivo pode explodir!`` ... *Som de rádio*
O tempo foi passando, chegou uma viatura; observaram, conversaram sobre resoluções; mais algum tempo e mais uma viatura, e mais uma, e mais uma. Várias viaturas, dezenas de policiais, um míssil em uma quadra de bola e alguns skaters numa calçada com copos de plástico e refrigerante.
- iaalaá!
...
Passaram-se horas; horas e horas. Isolaram o perímetro e todos mantinham distância; ninguém mais andou de skate naquele dia; chegou um esquadrão antbomba para desarmar o explosivo, vieram de uma cidade distante, cedablioB, a umas centenas de kilometros de distância, dentro de uma sinistra tarde de viagem. A equipe aproximou-se do míssil e o vedou, já imaginamos que tudo iria pelos ares. Após alguns testes, tudo tranquilo, nada de bombar. Guardaram-o no lugar apropriado e foram embora...
...
O pânico foi geral, esse dia foi louco, e minha mãe me xinga até hoje porque eu levei aquele míssil pra casa.


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