24 de fev. de 2020

Páscoa



Nessau vem saltitante pelas árvores de cacau, saltando rápido como estalos de shape, coleta cacau por cacau e guarda-os em cestos, cestos, cestos que acumulam-se na traseira de uma carreta. Dado momento, com mais um cesto cheio salta com o peso num vão!...

Fim da coleta. Arruma o carregamento e segue ao volante, dar a partida! O coelho Nessau, orelhas felpudas dentro do boné da Future, pilota sobre uma estrada de chão dentro de uma floresta de cacau. Encontra a montanha com acesso a um túnel; um segurança na portaria permite a entrada:

- Pode passar senhor! - Exclama o Coelho Soldado.
O motorista faz sinal afirmativo com a cabeça e segue à estrada cavernosa. No horizonte vai surgindo uma cidade, aliás uma incomum cidade subterrânea de coelhos. Casas em miniatura, automóveis, estradas menores e em todas as direções, uma população cem porcento felpuda.

Sem desviar a boleeia, Nessau segue diretamente à fábrica localizada ao Noroeste da cidade; ``A fábrica de chocolates``; uma fábrica de funcionamento diário, não apenas a datas comemorativas, contudo, estava em época do mais pleno vapor, dias próximos a páscoa!

O coelho estaciona, cospe uma bala sabor mentol pela janela, abre a porta e desce reclamando - ``garganta!...`` - vai aos meninos encarregados de descarregar e diz:
- Esse cacau aqui é todo destinado a Skates de Chocolate.
- Skates? - Estranha o coelho com uma regata escrita ``Black Media`` preta com pouco brilho. Coça o pé da orelha e calcula quantos carrinhos serão precisos.
- Um sujeito fez o pedido de mil Skates de chocolate, um tal de Hawk! Lucan Hawk... - Confirma esse carregamento todinho.

A carreta fica destinada e Nessau entra na fábrica, chama o elevador, vira o boné para trás, faz uma pose de Playboy, a porta abre, há três coelhas, ele pede licença e entra apertando o botão do subsolo. Desce no seu andar e segue alguns corredores até o laboratório da fábrica, encontrar o Malasarte, coelho encarregado das fórmulas de chocolate. Chega à porta do laboratório, uma em verde fraco com maçaneta dourada, abre-a. O sujeito que ali estava toma um susto e, pula, começa a tentar esconder o material que estava mexendo.
Nessau questiona - Porra Malasarte! Cigarros de chocolate?
- É só um projeto; o que, que há meu velho? - O Cientista retoma a seriedade.
Alguns risos de culpa e desculpa tomam o momento, caracterizados pela graça da invenção; o Coelho coletor explica o pedido dos skates de chocolate. Conta a respeito do chocolate ter um amargor característico e sobre a intensidade do cacau e os açúcares ```Precisa ser o contraste mais doce possível, aliás, o mais doce que existe``, além do surreal. O cientista concorda e começa a projetar. Enquanto isso o coelho coletor segue, sai da sala e transita em corredores até o encarregado dos designes de chocolate.

Mais corredores, mais corredores, mais corredores que parecem labirintos; passa pela ala de chocolates derretidos, onde vale tudo de chocolate, cachoeiras de chocolate caem em bowls e seguem em tubulações que dão em máquinas de servir bebidas, continua e passa pelo bebedouro, onde faz uma pequena pausa... e... Dá seguimento até à sala dos encarregados.
*Tock* *Tock* *Tock*
- Pode entrar! - Afirma uma voz dentro da sala.
O coelho Nessau entra falante, como quem fala com a cabeça cheia de problemas de chocolate:
- ``O pedido é de mil skates de chocolate para a páscoa; a fórmula é amargo com doce e esse papel contém os designes e medições...`` - entrega-o em mãos do coelho encarregado de tridimensional projetos de cacau. Ele pede alguns instantes, enquanto isso, Nessau observa alguns exemplos de projetos prontos:
Uma maquete de chocolate em particular, ``uma pista de skate nessa estilera seria naipe``, chama sua atenção em uma réplica do Egito com pirâmides e múmias de chocolate.
- ``Que delicinha! Como assim? Huuum!`` - Exclama Nessau.
O coelho arquiteto defende que os Egípcios levavam jóias às pirâmides, portanto há brincos de chocolate, anéis, colares e pulseiras, assim como barras, proporcionais as de ouro.
- ``Que época na culinária! Gostosura!`` - O coelho se apaixona reluzindo um desejo pela pirâmide.

O projetor, no computador, abriu o programa de tridimensionar objetos a uma escala comestível... Dentro de alguns minutos deixa pronto em imagem o projeto de um skate de chocolate, Double Deck e do tamanho de um skate de mão. Passa ao pen drive, levanta da cadeira, dá dois passos e leva os cálculos para o computador das linhas de produção; manda uma mensagem ao químico quanto ao ponto da doçura.
Tudo calculado, o projeto segue a linha de feitura.

Após alguns primeiros testes, o primeiro skate de chocolate sai dentro da fôrma, na esteira e o coelho Todi pega-o em mãos, prova-o e determina que no dia seguinte começará a produção em larga escala. Hoje são os ovos e moedas de chocolate.

*No dia seguinte*

Os skates começam a sair em fôrmas pelas esteiras e chegar às mãos dos empacotadores que laçam-os com papéis, metálicos, um lado vermelho, outro prateado e um ótimo laço. O estoque de Skates de Páscoa vai se formando. Tudo andando até o dia comemorativo.




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