10 de jan. de 2020

Descrições e progressões



Todo mundo tem a mesma chance de andar bem, de ser talentoso no skateboard. Todos possuem os mesmos elementos. Entretanto, é possível medir o uso do tempo, considerando o tempo total desde o início no skateboard até o dia de hoje. O que se fez? Eventualmente todo skater acabou presenciando marginalidade ou passou por épocas que o impossibilitaram de andar.

Todo skater transita perto da marginalidade, certo é que em maior ou menor grau de periculosidade, o skate acaba tendo uma proximidade com esse meio. você amando e preferindo chamar de estilo de vida(a vida skateboard), ainda sim tem-se a ideia de equilibrar o gasto de tempo entre o perder tempo e andar de skate, sem contar as demais coisas da vida. Mesmo que se pense que relaxar muito é ganho de tempo, e não perda, certo é, o achar não importa. Há perda de equilíbrio, há perda de noção espacial, esta que faz você ver o obstáculo e dar a trick no momento certo. Apesar da auto-estima de um skater ser algo que o faz quebrar barreiras na sociedade e no skate, a mesma não possui competência pra manter a cabeça no lugar quando o mundo tá desabando e tudo que você mais quer é voltar no tempo...

A ideia de evolução é certamente preenchida com a consciência, não apenas, considera-se também o esforço a partir do entendimento de como se progride naquela prática. Contudo, subir no board e ir pra pista com tempo pra gastar abre um horizonte de acontecimentos, todos descritíveis. Entraríamos em um mundo entre descrever a manobra que se sabe, descrever o tempo que se gasta, descrever os erros, descrever como poderia alcançar aquela trick, descrever como deixar a trick na base e até descrever o jeito melhor de dar o laço no cadarço.
Sequencialmente seria trabalhar a prática daquilo que se concluiu descrevendo, não é falcatrua. Trata-se em teoria de alcançar a conquista, fase final, entendendo como um processo, este considerando-se todos os procedimentos desde a busca do entendimento, os erros da prática até a satisfação da conquista do objetivo. Isto é, tentar, pensar e tentar de novo até acertar.

Quando o objetivo é aprender uma manobra nova ou acertar novamente uma manobra que se está deixando na base, há sempre uma repetição de um mesmo processo: A tentativa e a volta ao ponto inicial afim de mais uma tentativa.
Após a tentativa, quando se erra e o skater se embaralha/enrola/bagunça com o obstáculo e o board, o mesmo retoma a postura e volta ao ponto inicial. Nesse período de poucas remadas ao ponto inicial há um determinado tempo onde você pode avaliar os erros da última tentativa. O interessante dessa prática tem haver com determinado exercício de paciência, onde o repensar da trick é o melhor modo de tentar a próxima de jeito mais correto. Há um sentido nesse equilibrar do tempo, considerando que tentativa sobre tentativa, esforço sobre esforço conta muito mais com a sorte, com correção instintiva do que com a certeza de como se volta aquele backside tailslide. Entre o erro de uma tentativa e outra surge um provocar de emoções, seja raiva ou tristeza, desgosto ou medo, qualquer variável que prejudica a reflexão da volta ao ponto de partida, onde se volta muita rápido afim de tentar novamente, com receio pensado em desistir. Certamente o melhor sempre será a retomada do fôlego e a teimosia no avaliar da última tentativa, novamente.

Pode-se deixar de lutar por aquilo que exige que se tenha luta afim de determinada conquista, isto é, no skateboard, manobras! Desistir sem ter conquistado pode acontecer por fatores reais, baixa auto-estima, quebrar peça, medo, nunca ter tido um objetivo ou desistência temporária.
Não ter conseguido acertar a trick até então pode não necessariamente ser desistência, custa só mais esforço e tempo afim de sobressair-se ao erro, acrescentar alguma melhora nas tentativas ou executar as tentativas de um outro modo. Certamente, entre os dois acontecimentos, errar e acertar, os erros possuem maior variabilidade.

Se você notar, há erros que não são superáveis, feito tentativas de bluntslide em caixote sem vela, afinal não era o modo certo de se tentar. Há também erros que se superam quando falta apenas corrigir a postura, a posição do pé ou a força.

Errar porque se tentava errado como tentar dar a manobra com o pé no lugar errado do shape. Tentar dar manobra com o chute errado, quando a direção que você põe a força tá errada. Quando se tenta dar trick que não serve pro obstáculo, feito trick de grab em caixote. Tentar coisa que ali é realmente impossível como hardflip fs tailslide, tem-se o reconhecimento da impossibilidade e a troca daquela tentativa seja pra uma outra trick ou outra forma de faze-la. Dispensa-se aliens que dão combos com lipslide em borda subindo ou bigspins flips com slides.

Quando há a decisão de se aprender uma trick, o sentimento leva o skater pra prática, há um otimismos quando o skate tá deslizando bem e parece totalmente aceitável tentar um combo de grind novo. Entretanto, encontra-se na dimensão infinita de tempo, este não para de correr, mas em meio a vida de qualquer ser teríamos de dividir os proveitos com o skateboard, este que por sua vez em esforço físico e mais difícil do que muitas feitorias. Isto porque conta com um horizonte de tricks, calculáveis sim, mas onde cada uma é ``difícil pra caralho e custa tempo pra caralho`` e pra você ter nível e base exige esforços sem cálculo, isto é, o primeiro flip pode levar uma semana ou um ano. Deixar o nollie flip na base pode levar um mês ou mais tempo

Já a conquista, por sua vez, descrita em procedimentos no tempo exigem o cumprimento dos procedimentos. O desistir seria o final do trabalho sem a conquista da trick, e se a troca foi feita por motivo raso, isto é, pegar o tempo que era pra andar de skate e gastar com outra coisa, logo não se tem a manobra.
A ideia é sempre repensar como se faz aquilo e tentar de novo.
Nessa área de tempo que se anda de skateboard, aprender trick nova é realmente trabalhoso e objetivo de skatista, mas há o rolê que já tá consolidado e de fato que depois de torcer muito o pé nessa vida, há dias que merecem só nollie crooked.

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