Em
seus vinte e poucos anos Ciro viveu experiências que compuseram uma
bagagem profunda. Imagine que há na vida um sistema de desafios
estruturado em fases, onde a medida de suas conquistas o coloca em
uma escala de graduação de consciência interna, e quanto mais
alcance nesses níveis conscienciais, externa-se um potencial
incrível desde o reconhecimento sólido da matriz existencial, ao
perfil de sujeito forte e hábil frente a realidade. Ser humano é
como ser uma pedra mineral, destinada ao refino até tornar-se uma
esmeralda de joalheria. Não é possível fugir disso e viver em um
outro mundo de flutuação e moleza. Embora passar por fases seja
difícil e nada prazeroso, Ciro Korangar conta a respeito de uma
difícil fase da vida:
- Eu
vivia uma vida normal como todas as outras pessoas, o problema é que
o pano de fundo da minha história não continuaria imperceptível,
se expressou e precisou ser decifrado. Vou recapitular que as
histórias dos livros não costumam ser contadas em perfeita
linearidade, talvez não sejam notadas as steinheggers das árvores
que compõe o conto, talvez se descarte, ora, por hora, a descrição
a respeito da densidade dos planos dos personagens. Contar a
profundidade dessa história vai exigir o embarque em um carro do
tempo programado para 5 anos atrás, e fazer uma viagem para o
passado:
Voltando
no tempo...
Estou
passando pelo luto da última pessoa que me restava, minha mãe lutou
contra o câncer por dois anos e faleceu. Nos primeiros dias eu não
conseguia falar nem ver, permaneci em estado de silêncio por semanas
até que os hábitos fossem retomando-se aos poucos. O silêncio
nessa casa é muito intenso, o ambiente possui um mesmo ar de
concentração sem fim, e muitas vezes eu perco a noção do tempo e
sobre os livros muitos dias passam. A rotina é persistente e normal,
vindo de anos de leitura, passo cerca de 10h lendo e quando dão
altas horas da noite, levanto da cadeira e dou uma volta. Vou às
escadas de incêndio e me sento nos degraus enquanto deixo a mente
flutuar e dizer tudo o que quer dizer.
Em mais uma noite parei sentado e quieto nos degraus daquela
escadaria sem nada além de uma fraca luz de emergência. Foi quando
algo vindo da escuridão pronunciou palavras claras. Procurei a
origem da voz e não encontrei, foquei em um canto escuro e percebi o
formato de uma pessoa, embora estivesse invisível era um ser
perceptível. A figura não possuía nenhuma solidez material, era de
um aspecto enevoado na penumbra, uma espécie de holograma sombrio.
Era possível sentir que ele estava ali, sentir o formato, sentir que
emitia alguma consciência, continuava possuindo a leve densidade de
um Fantasma! Falei diretamente com a sombra pra ver se respondia.
Depois passei a mão pela área da entidade e a impressão foi que
aquele ser já havia passado por ali, trazendo a ideia de que havia
uma diferença de tempo entre nós. Então percebi que o instante em
que ele falou não foi o instante que eu ouvi, o instante em que ele
passou não foi o instante que eu percebi. Ele não estava sendo
descoberto, a verdade era que a manifestação desse ser era
intencional. Quando se pronunciava, por vezes, não parecia confiável
e suas intenções davam um salto para o caráter perverso. Resolvi
ignorá-lo e deixar o assunto no esquecimento, fui pra casa e liguei
o televisor, sentei no sofá, assisti o jornal JG e fui dormir.
Outro
dia sigo a mesma rotina até o anoitecer. Por volta das 22:00hrs vou
até as escadas, sento nos degraus e deixo ecoar as ideias que
transbordam.
- Você vai lá amanhã? - Algo vindo das sombras
incontestavelmente se manifesta. Uma frase inteira e inteligente,
ainda que consciente sobre afazeres pessoais. Ao canto das escadas
era visível o salto de uma figura que havia passado por ali. Fiquei
por ali até que então ouço um som sobre o teto - uma cadeira
arrastando em uma sala. - Mas sobre o teto da escadaria de um
edifício o que há são escadarias, não existe essa sala. Ué,
então passei a questionar se eramos do mesmo mundo. Essa entidade
estava brincando comigo? Como eu poderia saber o nível de alcance
dele sendo invisível e pertencente a um tempo diferente do meu.
Pressupus que as escadarias pudessem ser um local que é ponto de
relação entre o meu nível material, e o desta entidade pensei que
fosse um espaço espiritual.
Indefeso
naquele instante, voltei pra casa ao passo de 9 metros/s! Repensei
tudo que se passou observando o passar dos minutos de um relógio.
Logo recapitulei alguns fatores: você consegue se lembrar dos Ghost
Busters? Existe o filme e o programa de televisão, onde os Caça
Fantasmas vão até os locais mal-assombrados. Trata-se de uma
profissão real e as equipes vão aos locais muito bem preparadas com
equipamentos, usam medidores eletromagnéticos constatando se onde há
a manifestação há oscilações elétricas sobre o espaço. Também
levam amplificador de áudio onde captam o som ambiente e quando
repassam aumentam o volume nos headfones, conseguindo muitas vezes
captar falas que eram imperceptíveis. Usam câmeras de vídeo e
máquinas fotográficas afim de registrar qualquer encontro
fantasmagórico. Além de tudo as equipes possuem Walkie-Talkies,
termômetros, e diversos equipamentos. O trabalho deles é localizar
a entidade, compreender a razão das manifestações, e por fim
conseguir fazer com que o lugar deixe de ser assombrado. Essas
caçadas são reais e perduram com milhares de encontros que vão
desde fantasma de animais a Orbs fantasmagóricas que passeiam
conscientemente por locais mal-assombrados.
Um dos casos mais emblemáticos foi o da Brown Lady, que
seria o espírito de Dorothy Walpole que permanecia vivendo na casa
da família Raynham localizada na Inglaterra. Após o conflito de um
casal do século XVIII, o marido trancou a esposa em um dos quartos
de Raynham, onde ela veio a falecer de varíola. Tempos mais tarde,
por volta de 1936 dois fotógrafos de revista foram a mansão
preparar uma matéria imobiliária. Ao entrarem na recepção
avistaram na escadaria a figura de uma mulher se materializando e
descendo os degraus. Quando um deles preparou a câmera rapidamente e
fez a famosa foto da Dama de Castanho:
Joshua
P. Warrer em seu livro Como Caçar Fantasmas cita a Brown Lady de
Raynham entre outros casos de registros fotográficos documentados. O
tema pode ser contestado e a palavra ''Fantasma'' pode ser mal
compreendida. Existem outras obras que estudaram o tema, mesmo que
sob os limites de seu tempo. Ligam-se obras que são respeitadas pelo
início do estudo e que são desprezadas pela imaterialidade das
provas científicas. Considera-se ainda que estudos iniciam-se
superficialmente como foi a Química pra Lavoisier. Embora a
experiência pessoal seja a prova mais intensa para alguém. Vou
contar uma experiência pessoal e depois classificar apropriadamente
a palavra Fantasma.
Estava eu entre afazeres pela casa, e na cozinha planejada
há uma estante de três alturas, onde no segundo andar estava um
litro de Qboa, água sanitária. E quando eu entro na cozinha aquele
litro de Qboa se arremessa frente ao meu peito, não como a simples
queda de um objeto, mas como se alguém tivesse atirado a Qboa com a
mão em um notável cinético afronto. Para a vista Pessoal, a
mensagem foi muito clara naquele momento, então peguei a agenda e
relatei o acontecido descrevendo-o mesmo que parecesse irreal.
No
livro do Joshua há uma classificação de fantasmas que evita
confusões entre os relatos. Havendo portanto, Foco! Desse modo se
avalia assombrações caso a caso:
Impressões
''Entidades são normalmente algum tipo de vestígio de uma
criatura viva. Mas e quando há fantasmas de objetos inanimados? Um
exemplo clássico é o Holandês Voador, um agourento navio-fantasma.
Por cerca de dois séculos ele tem trazido desgraça para aqueles que
o veem.
De acordo com a lenda, o cruel capitão do navio era um
homem rígido e destemido. Quando ele e sua tripulação navegaram
com a fantástica embarcação pelo cabo da boa esperança, abaixo do
extremo meridional da África, uma tempestade escura e aterrorizante
surgiu. A tripulação, assustada, implorou que o capitão navegasse
para um porto seguro. Ele, totalmente bêbado, vociferava. Então
gargalhou de maneira demoníaca enquanto gritava para Deus: ``Você
não tem poder para afundar meu navio!`` Não é de surpreender que a
embarcação tenha afundado.
Até hoje, o Holandês Voador é visto navegando pelas
águas inquietas. Conforme a tempestade se intensifica, ele emerge,
como de uma névoa, e então boia pelo mar escuro uma luminescência
espectral brilhando em todo o seu contorno. Depois, o navio
desaparece em uma distância imprecisa. Acredita-se que alguém que
observa essa visão deve aportar imediatamente.
Esse barco é obviamente o que pode ser considerado uma
coisa sem consciência. Na verdade, até onde nos diz respeito, ele
nunca teve consciência ou vida para começar. Você pode ver como
uma aparição dessas entra em conflito com nossas ideias sobre
entidades. [b]É verdade que todos os objetos, até mesmo navios, têm
um corpo de energia eletromagnética.[/b] Mas, se não estamos
falando de mais nada além de um ''navio de energia'' que pode boiar
por aí da mesma forma que um navio físico, por que ele flutua pra
longe ou vai pra terra firme? Por que ele sempre é visto na mesma
área geral sob as mesmas condições gerais, navegando da mesma
maneira geral?
Algumas
vezes, fantasmas não parecem conscientes. Eles ignoram completamente
os observadores, e sempre olham e agem da mesma maneira quase como
uma gravação exibida de novo. Na prática, o fenômeno não é
muito diferente de um curta-metragem em grande escala. Falta a eles a
sensação de espontaneidade e interação encontrada em uma
entidade.
Por exemplo, se um assassinato cruel ocorre no quarto de
uma casa, durante anos testemunhas podem ver o assassinato específico
reencenado na cama. Cada incidente será idêntico, e o assassino e a
vítima não se comportarão como se estivessem sendo observados. É
como se o evento gerasse no ambiente uma impressão que fosse de
alguma forma registrada.
Estive em vários locais assombrados por espíritos de
índios. Eu mesmo ouvi as batidas baixas de tambor que se deslocavam
pela noite. Na verdade, minha equipe foi até mesmo capaz de gravar
esse fenômeno. Por incontáveis anos, as batidas de tambor ressoavam
nas colinas e vales. Ora, o ritmo espiritual delas está literalmente
impresso sobre a área? Em algumas ocasiões - as ocasiões certas -
ele emerge de novo?
Quando parece que um evento significativo ou persistente
foi impresso no ambiente, isso é chamado, de maneira bem apropriada,
de Impressão. Já que também se referem a esse fenômeno como
uma ''assombração de memória do lugar'' ou ''assombração
residual do lugar''. Aliás, alguns parapsicólogos usam apenas o
termo assombração ou assombrado para descrever o fenômeno. Você
deve perceber que, neste livro, as palavras ''assombrado'' ou
''assombração'' são usadas no seu sentido mais geral, aplicado
tanto a impressões psíquicas como à atividade de entidades
conscientes. Para nós, um local assombrado é um lugar onde a
atividade de fantasmas de qualquer tipo persiste por mais de um ano.
Impressões
são quase sempre vistas, e algumas vezes ouvidas. Em casos raros,
uma impressão também pode ser sentida. Isso equivale a dizer que,
se você vir uma impressão de um veículo acelerando em sua direção,
ele vai normalmente passar por você. Por outro lado, existe a chance
de ele não passar por você. Em alguns casos, uma impressão é mais
do que apenas uma experiência auditiva e visual. Neste caso, você
pode se machucar. Uma presença física real pode ser reproduzida
quando a impressão se põe em movimento. Embora seja conveniente
pensar em uma impressão como um filme curto gravado naturalmente,
você deve se lembrar de que esse filme é capaz de registrar alguns
ou todos os aspectos de uma experiência realista, integral e
tridimensional. No entanto, eles apenas reproduzem alguns segundos,
até um minuto, e só são vistos quando atendidas algumas condições
desconhecidas. Mesmo as ''impressões de aniversário'', vistas em
uma certa época todos os anos, nem sempre são confiáveis. Alguns
observadores as veem e outros não. Esses atos gravados podem se
reproduzir apenas quando certos fatores ambientais estão presentes.
Eles podem, portanto, ser influenciados pela presença de íons
eletrostáticos, pelas mudanças magnéticas da terra, por padrões
do clima ou por qualquer número de variáveis atualmente
desconhecidas. Isso significa que, virtualmente, qualquer um pode
observá-los se as condições forem atendidas. Por outro lado, a
capacidade de observar impressões psíquicas pode, em vez disso,
residir no olho do observador. Se essa informação é retida em uma
forma que apenas algumas pessoas podem ver ou sentir, um observador
que inconscientemente tem essa habilidade pode ficar surpreso
em observar um incidente que os outros não veem ou não podem ver.
Mas por que um acontecimento imprimiria a si mesmo no
ambiente? E como? Albert Einstein uma vez disse: ''A distinção
entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão, no entanto
persistente.''
Distorções
''Muitos investigadores tradicionais de fantasmas estudam
apenas entidades e impressões, que são a base de 90% dos locais
assombrados. No entanto, agora iremos nos aprofundar nos extremos da
pesquisa paranormal. Vamos começar com o mais complexo de todos
eles.
Se um local é assombrado por uma entidade, certas marcas
de identificação são exibidas. A atividade será espontânea,
errática e interativa. Se for uma impressão, será não consciente,
previsível e não prestará atenção no que a rodeia. Algumas
vezes, você pode encontrar um lugar com ambos. Mas e quando você
encontra um lugar que inclui outras coisas além desses dois tipos de
atividades?
Minha equipe e eu investigamos uma propriedade onde um
número impressionante de ocorrências paranormais tinha sido
relatado. Havia entidades conscientes que amarravam fisicamente os
donos da casa, deixando cortes e machucados nítidos. Partes da casa
e os veículos da propriedade explodiam em chamas sem explicação.
Com frequência os visitantes ficavam doentes ou sofriam de ataques
surpresa de dores e enjoos. Um bombardeio de impressões pulsava pelo
terreno, e os donos captaram milhares de imagens anômalas em vídeo
ou em fotos. Houve até mesmo uma ocasião em que alguém na casa
virou-se para se descobrir diante do que parecia ser outra dimensão:
um lugar horrível e surreal, com nuvens em redemoinho e atividade
perturbadora. Então, ela desapareceu. Pequenos objetos, como
talheres e canetas, transportavam-se para outros locais. De modo
geral, qualquer tipo de manifestação fantasmagórica era possível,
algumas vezes ocorrendo por meio de sincronicidades extremas e
negativas.
Até o momento, a atividade que estivemos abordando é
causada primariamente por eventos extraordinários que podem ter
afetado qualquer local. No entanto, algumas vezes parece que o
próprio local tem algo a ver com a atividade fantasmagórica. A
terra não é uma esfera perfeita. Na verdade, ela tem uma forma
semelhante a uma pêra. Por causa disso, ela vibra em seu caminho de
órbita. Basicamente, ela está longe de ser um corpo perfeitamente
equilibrado no espaço. O campo magnético da terra corresponde à
forma física do planeta. O campo tal como ela, não é equilibrado.
Parece lógico que alguns lugares no planeta sejam sujeitos a
atividade geomagnética incomum, maior ou menor que no restante da
terra. Isso nem sequer leva em consideração os campos magnéticos
causados por estresse físico nas falhas geológicas. Partes
diferentes da superfície são também afetadas de uma maneira única
com base em sua posição em relação ao sol. Este lança rajadas
maciças de radiação na terra, e alguns lugares são mais, ou
menos, afetados por isso também.
Há
lugares na terra onde as leis da física parecem ser distorcidas, e a
realidade algumas vezes se comporta de maneiras não familiares,
criando efeitos fantasmagóricos. Esse tipo de local é o que
chamamos de distorção. Eles são raros, mas, quando um deles é
localizado, em geral torna-se popular bem rápido. As pessoas ficam
entusiasmadas com a ideia de ir para um local onde quase tudo pode
acontecer. Uma das distorções mais populares é o Triângulo das
Bermudas.
Pensar no Triângulo das Bermudas normalmente evoca imagens
de navios afundando e aviões caindo. Realmente, desde 1900, mais de
mil pessoas desapareceram sobre as águas entre as Bermudas, a
Flórida e Porto Rico. Ainda mais convincente do que o número de
desaparecimentos é a maneira como se manifestam. Por exemplo,
considere os cinco aviões da marinha que desapareceram ao mesmo
tempo em 5 de dezembro de 1945. Um pedido de socorro foi enviado pelo
líder: ``Não podemos avistar a terra... Tudo está errado...
Estranho. Não podemos ter certeza de nossa posição. Parecemos
estar perdidos. até o mar não se mostra como deveria``. O contato
foi então perdido e enviaram um avião de resgate logo em seguida.
Ele também desapareceu prontamente. Nenhum traço dos seis aviões
foi encontrado até hoje.
Pilotos frequentemente comunicam interferência com os
instrumentos na área, como ponteiros de bússolas girando. Além
disso, raios e bolas de luz misteriosos são vistos voando
rapidamente por certas regiões. A primeira pessoa que registrou tais
iluminações foi Cristóvão Colombo, em 1492. Ele escreveu sobre
elas em seu diário de bordo. Não faltam contos de fantasma na área,
incluindo aparições, impressões e ``deslizamentos temporais``.
Nos anos 80, Rick Stratton - um técnico de equipe de
televisão com cerca de 20 anos - e um amigo alugaram um chalé bem
no interior da Nova Inglaterra. A casa isolada foi construída por
colonos morávios no século XIX. Ele achou bom morar lá por várias
semanas e não vivenciou nada fora do convencional. Uma noite, ele
entrou na cozinha para pegar uma bebida. Quando passou pela porta,
foi imediatamente surpreendido. A cozinha parecia completamente
diferente. A sala inteira parecia ``antiquada``. O mais estranho de
tudo: um homem estava sentado à mesa comendo, e uma mulher estava
parada em frente à pia. Eles estavam vestidos com roupas antigas. O
homem e a mulher, idosos, olharam para Rick e seus olhos saltaram de
surpresa, como se estivessem vendo um fantasma. Rick os encarou por
alguns segundos, cada pessoa sem fala. Então eles sumiram, e a
cozinha voltou ao normal.
Esse
tipo de experiência não é um simples caso de uma entidade. A sala
inteira estava diferente. Também é uma impressão, já que o homem
e a mulher estavam conscientes do observador e reagiram a sua
presença. Então a onde isso nos leva? É o tipo de fenômeno que
podemos chamar de ``deslizamento temporal``. Pareceu que dois
momentos no tempo, um no século XIX e outro no final do século XX,
deslizaram e se combinaram por um período curto. Tal fenômeno
pode ocorrer no local de uma distorção. Você pode ver porque ele
ainda é classificado como fantasmagórico - ele demonstra atividade
que nos permite observar algum resquício do passado, ou ao menos
pensar que podemos observar.
As distorções exemplificam as questões mais complicadas
com que a ciência se depara hoje. Esses são os lugares onde a
realidade não é apenas afetada por uma anomalia, mas onde a própria
realidade se comporta de uma maneira anômala. Elas podem distorcer
todas as suas ideias sobre como a realidade funciona. O que é em
cima pode passar a ser embaixo, e dentro pode virar fora. O tempo
pára, se inverte, corre para a frente, ou não tem nenhum senso de
direção. Você pode ter alucinações, ou descobrir que o ambiente
a seu redor mudou por um período imensurável. Pode haver uma
quantidade inacreditável de energia eletromagnética, ou,
surpreendentemente, nenhuma energia. Basicamente, as distorções são
pontos ativos amorfos de fenômenos fantasmagóricos e atividade
paranormal em geral.
É difícil definir as distorções, já que o âmbito de
suas manifestações pode ser completamente estranho e imprevisível.
Elas são uma espécie de miscelânea paranormal. Por essa razão, é
fácil, para alguns, olhá-las com desdém. Elas são difíceis de
definir. As distorções não são ativas o tempo todo, e as
condições necessárias para despertar sua atividade são um
mistério.
As distorções são com frequência cheias de entidades -
algumas vezes centenas ou milhares. Talvez por distorcerem o
espaço/tempo elas consigam criar portais naturais. Esses portais são
``entradas`` pelas quais uma entidade pode ser capaz de se
materializar, ou ganhar algum tipo de acesso físico, mais
facilmente. Em geral, essas entidades também são capazes de gerar
mais força devido ao ``véu rarefeito``.
É
raro achar uma distorção forte. No entanto, se você encontrar, ela
pode fornecer toda uma vida de material de pesquisa. Muitas vezes
acredita-se que locais sagrados sejam distorções, especialmente
aqueles escolhidos pelos antigos celtas e egípcios. Alguns até
acreditam que as pirâmides foram feitas para criar distorções. A
ideia é que tais estruturas, pela natureza de seu projeto, manipulam
energias.
Qualquer que seja o caso, nosso planeta é, em muitas
maneiras, superior a nossa tecnologia. Capacitores (dispositivos
para armazenar, reforçar e manipular cargas elétricas) não tinham
sido ``inventados`` até 1745, quando o cientista alemão Ewald Georg
von Kleist desenvolveu a primeira jarra de Leyden. No entanto, por
bilhões de anos, a terra tem sido um capacitor natural. O chão é
um eletrodo, a atmosfera superior, outro, e o espaço entre eles, um
isolante. A vida na terra era movida a energia solar bem antes de
Einstein explicar o efeito fotoelétrico. Muitas e muitas vezes nos
descobrimos imitando a natureza, mas nos dando tapinhas nas costas
como se o conceito fosse originário dos humanos. Por outro lado, há
ainda uma porção de fenômenos incríveis produzidos pela natureza
e que o homem nunca aprendeu a duplicar para propósitos práticos.
Você pode ter lido sobre buracos negros. São áreas de
massa tão densa que até mesmo a luz não consegue escapar. Durante
anos, os buracos negros foram considerados frutos da imaginação.
Agora, cientistas confirmaram que eles realmente existem. O famoso
físico teórico Stephen Hawking. Trata-se de uma emanação de
energia que pode indicar a presença de um buraco negro. Ela é
baseada na ideia de que algumas partículas podem escapar de um
buraco negro - aquelas lançadas de volta ao espaço conforme o
buraco negro lentamente se dissolve com o tempo. Dentro de um buraco
negro está um ponto chamado de ``singularidade``. É o ponto no qual
as leis da ciência falham e não podem ser aplicadas.
É possível que, algumas vezes, algum tipo de fenômeno
limitado semelhante a uma singularidade possa existir em alguns
lugares na terra? Normalmente, a atividade de fantasmas trata de um
aspecto do passado que ainda representa um papel paranormal no
futuro. Uma distorção é um lugar que pode essencialmente turvar as
distinções de passado, presente e futuro. Quando você encontrar
uma dela, esteja preparado para tudo.
Distorções
são:
1.
Áreas onde as leis convencionais da física podem falhar.
2.
Lugares onde o tempo linear nem sempre se aplica.
3.
Locais infestados com entidades, impressões e uma porção de outras
atividades paranormais.
4.
Áreas imprevisíveis que podem distorcer as percepções além do
entendimento da lógica.''
Arauto
O espaço e o tempo são relacionados de modo que um passo
espacial tem um calculável significado temporal, logo o espaço é o
tempo. Segundo a Teoria da Relatividade de Einstein a matéria curva
o espaço-tempo. Nesse sentido quando um planeta está se formando o
espaço ao redor curva-se, e esses arcos espaciais moldam a matéria
em uma bola, formando um planeta. O arquejo espacial dá movimentos
circulares a esfera que é o planeta fazendo com que esse habitat de
espaço tenha seu próprio tempo cíclico.
O Arauto é o fantasma que em seu plano pisa na realidade e
também transita pelo tempo vagando entre o passado e o futuro sem
restrições temporais.
A verdade é que um número muito grande de obras relata
futuros longínquos, feito que é muito similar ao potencial do
Arauto. O que é visível em Dom Quixote de Miguel de Cervantes, com
citações do que será o videogame, entre os séculos XVI e XVII. Há
outras obras muito próximas da figura do videogame, como a obra de
Joachim Patinir no Século XVI, o traço do quadro Crossing the River
Styx é muito próximo do desenho de jogos.
Poltergeist
São resumidamente espíritos que se manifestam com alguma
materialidade. Os relatos são de cadeiras que se movem, e leves
contatos com o mundo real.
Ciro
Korangar concebe que o fato de ter tido uma ligação com a entidade
não era um bom presságio. Vamos lá que essa comunicação
intermediava espaços distintos. Em outras palavras, de que modo a
mente humana atende uma onda sonora sobre o espaço partindo de algo
imaterial? Seria possível um objeto nesse sentido? Uma caixa de
tênis ou uma bola de futebol? Veja que é até menos assustador do
que um programa de terror, afinal na escadaria havia um ser vivo de
inofensiva manifestação. A questão gira em torno do fato dele
poder conceber esse plano, isso faz dele o que? Eventualmente Ciro
leu os livros religiosos e leu os livros científicos, e passou por
lições que lhe mostraram fase a fase que era algo, a princípio,
difícil à mente palpar, e virtualmente, também normal:
-
Eu voltava àquelas escadas no final das noites, passava o tempo
refletindo, e as manifestações avulsas da entidade que transitava
por ali eram inicialmente bem leves. Mas com o hábito e o passar do
tempo ele começou a falar mais, o que não se transformava em uma
comunicação, ele costumava por auto dizer coisas desvinculadas da
realidade do meu espaço-tempo, tendiam a ser ofensas muito intensas
e muitas vezes sem pé nem cabeça. Ouvir seus ofensivos assuntos aos
saltos sobre outras pessoas, significava ser envenenado pelo ouvido e
ter o meu tempo reflexivo estorvado pelo excesso de interrupções.
Logo percebi que as claras intenções da entidade eram perversas e,
portanto deveriam ser ignoradas. O que levou pelo menos alguns meses
em que fui adoecendo em virtude da atenção dada à entidade, fases
não são exatamente como nós gostaríamos que fossem, e se por fim
a entidade deve ser ignorada, por outro lado chegar a essa conclusão
levou algum tempo de experiência. Há um quadro de Agnolo do séc
XVI, Vênus e Cupido, que expressa a época:
Resolvi
ignorar essa entidade por completo, não ouvindo nem uma palavra.
Posso dizer que continuei a mesma rotina normal, dando uma volta de
Skate na pista pública, afundando em livros, e vivendo a benção
que é viver.
Sempre jogo videogame, costumo acompanhar os jogos que
estão pra sair, e zero os favoritos muitas vezes. Recentemente
encontrei um jogo vindo da empresa Bloober Team, uma desenvolvedora
Polonesa, e rapidamente descobri que todas as obras eram excelentes.
Sobretudo o último jogo me cativou muito, e por isso está entre os
meus favoritos. A obra se chama Médium e possui uma história muito
complicada que assim se resume:
Marianne
Severo cresceu em uma casa que é o segundo andar de uma funerária,
o imóvel pertencia ao seu pai adotivo Jack. Um homem com uma
respeitosa bagagem de livros, é notável pelos cômodos da casa onde
há estantes repletas, incluindo livros bagunçados com destaque para
o único livro de interação, 1984 George Orwell o qual ela descreve
como interessante. Jack criou sua filha com muito amor a partir da
adolescência, até ele falecer. E a história começa com ela
responsabilizando-se com o velório, enquanto anda pela antiga casa
comentando como é crescer em cima de uma funerária, o que a ajudou
a compreender seus poderes.
Ela segue até a funerária e arruma o corpo de seu pai, e
quando se despede o ambiente se manifesta, as luzes começam a
piscar, e ela anda pela funerária até entrar no escritório que
está todo bagunçado, e lá está Jack. Ele está preso em suas
preocupações com o trabalho e procura um caderno. Um momento em que
ela reconheceu seu estado espiritual e, sensibilizada pelo encontro,
lhe dá um último abraço. Pede que Jack desapegue daquele mundo e
despede-se de seu pai.
Mais tarde ela recebe o telefonema de um sujeito chamado
Thomas que, afirmando conhecê-la e fazendo afirmações impossíveis,
pede que ela vá até um Hotel abandonado. Niwa Workes Resort, o
local é conhecido por uma lenda urbana ''O massacre de Niwa'' onde,
ilogicamente, uma revolta tomou o lugar em um enlouquecimento geral,
resultando em uma chacina.
Resumidamente Marianne Severo vai até Niwa a procura de
Thomas, que seria o antigo gerente. Ela anda pelo local encontrando
muitos quadros, e desenhos, referenciais a uma bailarina chamada
Viviane. E eventualmente encontra muitas manifestações
sobrenaturais incluindo um espírito peculiar. A medida que ela
caminha pelo Niwa vai passando por impressões que narram que algo
terrível aconteceu com uma garotinha chamada Liliane. A compreensão
do quadro é perfeitamente retratada com Marianne sentada em uma
cadeira de rodas ante a uma árvore demoníaca e melódica chamada
''Richard'', seguindo por um projetado desdobramento de cenas que
contam uma história. Cita o crime de Richard, e revela que Thomas é
o pai de Liliane e o pai de Marianne. Ela levanta da cadeira de rodas
lembrando desse passado e retomando a história.
Pelo terreno do hotel ela segue entre impressões até
finalmente encontrar o espírito de Henry, um soldado soviético.
Henry surge na história cobrando Thomas por feitos acontecidos na
guerra. E esse soldado soviético aparece na história de Niwa
tentando matar Thomas e suas filhas, sendo a segunda tragédia da
história. Embora tenha falhado e morrido, Henry incendiou a casa da
família o que gerou inúmeros efeitos sequenciais. E o espírito de
Henry nessa cena faz referências a uma terceira tragédia
responsável pelo final de Niwa Workes Resort. Após esse confronto,
ela segue pelos arredores do hotel passando pelas ruínas da casa,
até finalmente encontrar uma casa subterrânea onde é surpreendida.
Surge, a projeção espiritual, do espírito de Thomas, em sua
pessoal consciência. Trata-se de uma, assombrada e complexa, difícil
história que ela reconta. Por fim ela descobre que Liliane está
viva e vai ao seu encontro seguindo ao final da incrível obra de
videogame.
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